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22/06/2012
Chuva traz de volta foco do mercado de açúcar para clima
Por Fabíola Gomes

O mercado de açúcar vive um cenário atípico com os participantes de olho nas condições climáticas mais chuvosas que já afetam colheita de cana, além da produção e escoamento da commodity no Brasil, justamente em um período de clima tipicamente mais seco, apontam analistas.

Nos primeiros meses deste ano, foi o clima seco que afetou os canaviais justamente quando as plantas mais precisavam de água para o desenvolvimento.

"É um mercado de clima... normalmente para cana não se teria este problema nesta época, porque o inverno geralmente é mais seco e este ano está fugindo do padrão", disse o sócio-diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa.

O clima chuvoso em um período normalmente seco em áreas produtoras do centro-sul está impedindo a colheita e paralisando a moagem na temporada iniciada no final de abril.

Até 1o de junho, a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) registra uma queda de quase 30 por cento no volume de cana moída na safra 2012/13.

Corrêa, da Archer Consulting, estima que até a segunda quinzena de junho usinas do centro-sul devem perder entre 12 a 13 dias de produção. Ele ressalta que, diante de uma previsão de mais chuvas nos próximos dias, este atraso pode ser ainda maior.

No curto prazo, o efeito da chuva é uma maior disponibilidade de etanol, porque normalmente quando as usinas retomam as operações produzem primeiro o combustível por conta da condição da cana.

Reflexo disso é que os preços do etanol hidratado - usado nos carros flex - vem recuando no mercado interno. O índice semanal Cepea/Esalq deste combustível já recuou cerca de 7 por cento desde o início de maio, para 1,0818 o litro.

Mesmo assim, Corrêa pondera que isto pode ocorrer somente no curto prazo e não deve alterar o mix de produção entre açúcar e etanol nesta temporada.

"A usina pode até produzir etanol quando retorna (operação após a chuva), mas vai priorizar mesmo é o açúcar na safra, porque ele remunera melhor", explica.

A Raízen, joint venture entre Cosan e a Shell e maior produtora de açúcar e etanol do país, disse na semana passada que já prevê elevar a oferta do combustível nesta temporada.

O tempo chuvoso no Brasil, maior produtor global, tem influenciado o mercado em Nova York, por vezes limitando quedas ou mesmo atuando como fator altista.

PRODUTIVIDADE


Depois da retração na moagem de cana no último ciclo, a primeira em uma década, os analistas consideram que a oferta de cana poderá ser maior que no ano anterior, mas a produtividade industrial - medida pelo teor de açúcar na cana (ATR) - seria menor.

A seca no começo do ano afetou o desenvolvimento da cana, enquanto a chuva entre maio e junho tem reflexos no rendimento dos canaviais. No acumulado da safra até o final de maio já houve queda de 1,2 por cento no ATR, que ficou em 114,90 kg, segundo levantamento da Unica.

O sócio-diretor da Job Consultoria, Júlio Maria Borges, ressalta que junho também está muito chuvoso. "A chuva de agora compensa em parte o período seco: melhora o rendimento agrícola (toneladas de cana por hectare), mas piora o ATR (por tonelada de cana)", disse.

Já o representante da Unica em Ribeirão Preto, Sérgio Prado, importante área produtora no interior paulista, pondera que normalmente o ATR é mais baixo no início da safra. "Mas esta é uma questão que vamos ter de acompanhar", disse.

Tradicionalmente, o ATR aumenta à medida que a safra se desenvolve e atinge o pico entre agosto e setembro. Mas a própria Unica avalia que, se a atual condição climática persistir, o ATR já pode ser inferior ao inicialmente previsto, de 140 kg.

EFEITO NOS PORTOS


A chuva recentemente também vem afetando o escoamento da produção de açúcar neste começo de temporada, gerando filas de navios em Santos e Paranaguá, dois importantes portos do país, e até cancelamentos de carregamentos previstos no porto paulista.

Esta situação faz tanto indústria como participantes dos mercados de açúcar ficarem de olho nas previsões climáticas. A grande questão é saber sobre a intensidade do fenômeno climático El Nio, caracterizado por um aquecimento anormal das águas do Pacífico, afetando o regime de chuva em regiões tropicais.

 
 
 
 
 
 
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