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04/10/2021 - Canal Rural
FONTES RENOVÁVEIS VERSUS PETRÓLEO. QUEM GANHA?

FONTES RENOVÁVEIS VERSUS PETRÓLEO. QUEM GANHA?

04 de outubro de 2021 

Recentemente tem tido muita informação e análise sobre os mercados de combustíveis renováveis e combustíveis fósseis, particularmente petróleo e derivados.  O controle de emissões de gases do efeito estufa e a taxação da emissão de carbono alimentam esta questão. A impressão que fica é de uma aparente disputa entre estes dois tipos de combustíveis, com uma gradativa redução da demanda de petróleo e derivados. Além disso, comenta-se muito neste momento sobre a crise de suprimento de energia, em particular de energia renovável, dando a impressão de restrição de oferta permanente.

Vamos comentar um pouco sobre isto tudo.

 

ENERGIA RENOVÁVEL TEM INSTABILIDADE DE SUPRIMENTO SIM. 

As usinas hidrelétricas e a energia renovável como eólica, solar e biomassa, por natureza, têm oferta com algum potencial de instabilidade. Não é possível dominar as forças naturais para garantir estabilidade permanente.

É possível contornar este problema criando um “ extintor de incêndio” ou seguro contra a falta de suprimento. Ou seja, existe um custo adicional para a energia renovável devido à necessidade de reserva de segurança. No Brasil temos as usinas térmicas de energia fóssil ou gás natural para garantir o déficit de oferta das hidrelétricas. É o que acontece neste momento no Brasil com a falta de chuvas.

Situação parecida com essa ocorre na Europa e Inglaterra com a energia elétrica. Seus preços estão surpreendentemente altos devido a uma restrição de oferta. Esta decorre da restrição de oferta de energia eólica na Inglaterra e gás natural, este com preços em forte alta . Esta situação estimula o uso de termelétricas movidas a energia fóssil, principalmente gás natural e carvão.

Qual foi a origem deste desequilíbrio?

Podemos mencionar:

  • Baixos estoques de gás natural decorrente de um desequilíbrio provocado pelo Covid 19 no período de recuperação da atividade econômica : a demanda cresceu mais rápido que a oferta.
  • A Rússia, que fornece gás natural para a Alemanha, que por sua vez redistribui para a Europa, reduziu o fornecimento em Agosto e Setembro. As razões para isto não são claras. O fornecedor russo Gazprom usa argumentos técnicos; o mercado admite razões não declaradas, visando aprovar o gasoduto russo Nord Stream II, que não atende as normas européias.
  • O processo de descarbonização das economias eleva o custo da energia. No caso em questão as termelétricas a energia fóssil precisam adquirir direitos de poluir ou permissões de carbono que são negociadas no mercado. Isto aumenta o custo da energia fóssil.
  • Menor intensidade de vento no Mar do Norte

 

 MAIOR USO DE RENOVÁVEIS E CONTROLE DO RISCO DE SUPRIMENTO DE ENERGIA. 

Conforme comenta Ellen R. Wald em seu artigo de 15/09/2021, publicado pelo Investing. com.

…“ Situações graves, como a vista agora, provavelmente se tornarão mais frequentes e intensas nos próximos meses e anos, à medida que os países europeus avançam em seus planos de fechar usinas nucleares e termelétricas para atingir suas metas de mudança climática.

A atual situação na Europa ressalta os perigos de se confiar demais na energia renovável e em instituições russas que seguem seus próprios interesses, e não os europeus. Mesmo com a resolução de todo esse imbróglio, esses mesmos problemas podem facilmente voltar a ocorrer em algum momento.”

Em nossa opinião, devemos admitir o uso crescente da energia renovável, competitiva economicamente,  para beneficiar o meio ambiente. Neste caso,  deve-se considerar também a necessidade de ter uma reserva de segurança para o fornecimento de energia . Esta reserva de segurança, bem como a necessária oferta complementar à energia renovável, viria, principalmente, do gás natural e petróleo. Este produzido com maior eficiência econômica e ambiental.

Considerando o discurso atual dos grandes players do petróleo, parece que o papel que esperam ter na matriz energética mundial  não é diferente deste comentado acima.

Em resumo: energia total disponível para atender uma demanda global crescente, com custos menores e mais amiga do meio ambiente, é um cenário que se mostra possível e bem-vindo. O beneficiado em última instância é o consumidor, que vai pagar a conta desta transição, não necessariamente suave, da energia fóssil para a energia renovável.

Saúde a todos.

Julio Maria M. Borges

Sócio-Diretor da JOB Economia e Planejamento.

Conselheiro de Administração.

Email: julioborges@jobeconomia.com.br            Site: www.jobeconomia.com.br

 
 
 
 
 
 
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