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19/12/2018 - Reuters
Prêmio para açúcar no Brasil pode levar a cancelamentos de exportação, dizem analistas

Prêmio para açúcar no Brasil pode levar a cancelamentos de exportação, dizem analistas.

SÃO PAULO (Reuters) - O mercado brasileiro de açúcar deverá ver novos cancelamentos de exportação da commodity, uma vez que o preço para vendas à indústria no Brasil registra um prêmio na comparação com o valor que usinas obtêm nos negócios com o exterior, avaliaram analistas.

O setor no Brasil tem visto um prêmio de 10 a 15 por cento para o açúcar branco e bruto (VHP), respectivamente, em momento em que a oferta está curta diante da entressafra no centro-sul após uma queda de quase 30 por cento na produção na atual temporada.

“Não seria a primeira vez que teríamos cancelamentos, mas é um sinal de que vamos ter uma entressafra apertada”, afirmou à Reuters o consultor Julio Maria Borges, sócio-diretor da Job Economia.

Segundo ele, tudo indica que a partir de agora a preferência da usina seja a venda ao mercado interno.

Ele explicou que, ainda que uma empresa tenha compromisso de exportar, pode ganhar mais com o cancelamento da exportação, “mesmo pagando uma penalidade para a trading”.

“Se o que ela ganha no mercado interno é maior do que a penalidade, ela fará o ‘washout’”, disse ele, referindo-se às operações de cancelamentos das exportações para venda no mercado doméstico.

Ele não estimou os volumes que já foram cancelados ou o potencial de “washout” na entressafra do centro-sul, que só termina oficialmente em 31 de março, mas destacou que isso dependerá muito do prêmio.

“Se chegar a 20 por cento, vai ter ‘washout’”, comentou.

Borges observou que o mercado externo teria que puxar muito para cima o preço, numa tentativa de evitar eventuais cancelamentos.

“E, no momento, nada indica isso, o mercado externo está mais para ficar de lado”, disse ele.

A Job estima as exportações brasileiras em 16 milhões de toneladas de abril de 2018 a março de 2019, ante 27,8 milhões de toneladas no mesmo período do ano passado.

“Vai cair 11,8 milhões de toneladas. Até novembro, de fato, já caiu 6,1 milhões de toneladas. Ou seja, quase metade da queda já aconteceu...”, disse ele.

O consultor pontuou que algumas usinas estão reprogramando a oferta para a entressafra com volumes menores.

“Ou seja, ela considera que não terá o açúcar que esperava e vai restringir a oferta na entressafra. O cliente da usina tem que colocar a barba de molho...”, disse.

O prêmio ocorre muito mais devido à restrição de oferta do que em função da demanda mais forte, após usinas destinarem grande fatia da produção de cana para o etanol, lembrou o especialista.

“É isso que vai acabar acontecendo mesmo. Vão fazer ‘washouts’ porque o mercado interno vai estar melhor que o de exportação. Vamos ter uma perspectiva de melhora de consumo no ano que vem, com a melhora de economia...”, confirmou o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa.

Além de um maior consumo interno embalado pela melhora econômica, Corrêa disse que o etanol também deve continuar sendo preferido pelo setor sucroenergético, em detrimento do açúcar, o que tende a sustentar às cotações internas do adoçante.

Por Roberto Samora e José Roberto Gomes

 
 
 
 
 
 
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